quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

rasguei o peito


Rasguei o peito para te mostrar onde tens morado desde... sempre.

Abri-o de ponta a ponta, com direito ao barulhinho das costelas a estalar.

Abri-o para descobrir que eu não tinha onde morar, que o meu castelo não passava de uma pedra única, que ás vezes servia para me resguardar do frio.

Voltei a fechar o peito, cozi-o com fio norte, a ponto cruz (como se faz aos mortos)!

Deixei-te ficar lá dentro.

Agora só existo da parte de fora!