quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

rasguei o peito


Rasguei o peito para te mostrar onde tens morado desde... sempre.

Abri-o de ponta a ponta, com direito ao barulhinho das costelas a estalar.

Abri-o para descobrir que eu não tinha onde morar, que o meu castelo não passava de uma pedra única, que ás vezes servia para me resguardar do frio.

Voltei a fechar o peito, cozi-o com fio norte, a ponto cruz (como se faz aos mortos)!

Deixei-te ficar lá dentro.

Agora só existo da parte de fora!

2 comentários:

António Castro disse...

Tenho saudades tuas, sabes?

Anónimo disse...

Toma o teu Castelo. Afinal, todos os Castelos tem catacumbas e masmorras.
Assim, um dia, poderás olhar para fora, dentro de ti.